Sem saber, os
dois estavam loucos um com o outro. Um passeio ajudou-os a se descobrirem.
(escrito por Kaplan)
Dois colegas nossos, de faculdade, Charles e Nadia andavam
sempre juntos, faziam trabalhos em duplas, iam sempre nas festas, dançavam,
bebiam... e por incrível que pareça, ficava só nisso. Aquilo nos incomodava,
porque muitos de nós estávamos interessados na Nádia, mas a gente não enfiava a
cara exatamente por ela estar sempre ao lado do Charles, que era amigão do
peito.
Um dia, não me contive e tive uma conversa com ele. Queria
saber qual era, afinal, a relação dos dois. Aproveitei que estávamos tomando
banho e não havia mais ninguém por perto para puxar o assunto e ele me
confidenciou:
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Vamos ter uma conversa, de homem pra homem! |
- Meu amigo, eu te confesso que sou louco com ela. Mas você
já viu que sou um bocado tímido e ela também é. Então eu não sei se ela fica
comigo porque realmente gosta de mim, ou se me vê apenas como amigo, protetor
contra cantadas de outros. Não sei, eu sou muito a fim dela, de verdade!
- Quer uma sugestão?
- Claro, diga lá!
- Aqui na cidade é muita gente, muitos amigos, não dá para
conversar direito, sempre tem alguém interrompendo, enfim... você sabe como é.
Então, a sugestão: pega um fim de semana e sai com ela para passear, tem muito
lugar bacana por aqui e vocês terão o dia inteiro para falar de tudo, inclusive
disso que você me confidenciou agora e que, se você não falar com ela, ela
nunca vai saber!
- É, é uma boa ideia. Tem alguma sugestão de lugar?
- Tenho sim. Você pega o ônibus para a cidade X... é perto,
menos de uma hora vocês estarão lá, é cidade pequena. Tem uma pousada, que, se
vocês quiserem ficar o sábado e o domingo poderão alugar um quarto, é bem
barato. Mas... chegando em X, vocês verão uma grande montanha, que fica ao sul
da rodoviária. Dá pra caminhar e chegar lá numa boa. Tem cavernas, lugar lindo.
Bom para vocês sentarem, conversarem e, quem sabe? Até fazer alguma coisa a
mais...
- Poxa, obrigado. Vou convidá-la e vamos ver que bicho que
dá.
Dois dias depois ele me falou que ela topara e eles iriam
naquele fim de semana. Desejei sorte!
E quando voltaram, na segunda feira, ele estava com uma cara
ótima. Ela também. Ele me fez um sinal de positivo e imaginei que depois ele me
contaria, o que, de fato, aconteceu.
Foto: Kaplan |
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Que lugar lindo... será que ele quer alguma coisa? |
Olha, foi a melhor sugestão que você poderia ter dado. A
gente foi no ônibus, fizemos tudo como você indicou. E chegamos na montanha,
subimos um pouco nela, bom que tem umas trilhas já prontas, né? Lá de cima,
contemplando aquela paisagem maravilhosa, sentamos numa pedra e ela encostou a cabeça
no meu ombro. Aquilo me deu coragem para falar abertamente dos meus sentimentos
e quando acabei, ela me abraçou e me beijou. Falou que sentia a mesma coisa por
mim mas que achava que não era recíproco, porque eu nunca falara ou tentara
algo.
- Perdeu tempo, amigo...
- Percebi isso, perdi muito tempo! Mas ai, cara, só nós dois
lá na caverna, muitos beijos, amassos, tirei a camiseta dela, porque eu era
louco pra ver os peitinhos, que coisa mais linda! E ela sentiu meu pau a
cutucando, riu e falou que queria ver. Mostrei e ela pegou, acariciou, e me deu
uma chupada que me fez tremer nas bases...
- Só que aí... tivemos de parar, porque chegou uma turma de
gente por lá e, pelo visto, chegaram pra ficar. Então resolvemos cair fora. E
foi aí que me lembrei da pousada que você falou, perguntei se ela topava ir pra
lá, ela topou, fomos, felizmente tinha quarto vazio, ficamos até no domingo
à tarde. E aí rolou bonito, viu?
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Quanto tempo perdido, meu amor! |
- Ela perdeu a timidez e foi tirando minha roupa e a dela. E
falou que tinha sido interrompida num momento muito importante, e precisava
retomar. Sacou, né? Ela tinha parado quando chupava meu pau, então voltou a
chupar...
- E aí transamos de tudo quanto é jeito. Imagina, ficamos na
pousada das 14 horas de sábado às 16 de domingo. Sem brincadeira, Kaplan, foram
oito! E agora estamos namorando. E se der futuro, você vai ser o padrinho! Não
admitiremos recusas. Olha ela aí, olha a carinha alegre dela!
Ela chegava, de fato, sorridente. Me abraçou, aquele abraço
gostoso de gente que é muito amiga ou quer agradecer alguma coisa.
- A partir de hoje vou te chamar de Kupido, com K, e não
mais de Kaplan... Agradecimentos eternos, viu? Nunca esqueceremos isso!
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