terça-feira, 6 de setembro de 2016

Das montanhas para a pousada e o trem ferveu



Sem saber, os dois estavam loucos um com o outro. Um passeio ajudou-os a se descobrirem.

(escrito por Kaplan)

Dois colegas nossos, de faculdade, Charles e Nadia andavam sempre juntos, faziam trabalhos em duplas, iam sempre nas festas, dançavam, bebiam... e por incrível que pareça, ficava só nisso. Aquilo nos incomodava, porque muitos de nós estávamos interessados na Nádia, mas a gente não enfiava a cara exatamente por ela estar sempre ao lado do Charles, que era amigão do peito.

Um dia, não me contive e tive uma conversa com ele. Queria saber qual era, afinal, a relação dos dois. Aproveitei que estávamos tomando banho e não havia mais ninguém por perto para puxar o assunto e ele me confidenciou: 

Vamos ter uma conversa, de homem pra homem!
- Meu amigo, eu te confesso que sou louco com ela. Mas você já viu que sou um bocado tímido e ela também é. Então eu não sei se ela fica comigo porque realmente gosta de mim, ou se me vê apenas como amigo, protetor contra cantadas de outros. Não sei, eu sou muito a fim dela, de verdade!

- Quer uma sugestão?
- Claro, diga lá!

- Aqui na cidade é muita gente, muitos amigos, não dá para conversar direito, sempre tem alguém interrompendo, enfim... você sabe como é. Então, a sugestão: pega um fim de semana e sai com ela para passear, tem muito lugar bacana por aqui e vocês terão o dia inteiro para falar de tudo, inclusive disso que você me confidenciou agora e que, se você não falar com ela, ela nunca vai saber!
- É, é uma boa ideia. Tem alguma sugestão de lugar?

- Tenho sim. Você pega o ônibus para a cidade X... é perto, menos de uma hora vocês estarão lá, é cidade pequena. Tem uma pousada, que, se vocês quiserem ficar o sábado e o domingo poderão alugar um quarto, é bem barato. Mas... chegando em X, vocês verão uma grande montanha, que fica ao sul da rodoviária. Dá pra caminhar e chegar lá numa boa. Tem cavernas, lugar lindo. Bom para vocês sentarem, conversarem e, quem sabe? Até fazer alguma coisa a mais...

- Poxa, obrigado. Vou convidá-la e vamos ver que bicho que dá.

Dois dias depois ele me falou que ela topara e eles iriam naquele fim de semana. Desejei sorte!
E quando voltaram, na segunda feira, ele estava com uma cara ótima. Ela também. Ele me fez um sinal de positivo e imaginei que depois ele me contaria, o que, de fato, aconteceu.

Foto: Kaplan


Que lugar lindo... será que ele quer alguma coisa?
Olha, foi a melhor sugestão que você poderia ter dado. A gente foi no ônibus, fizemos tudo como você indicou. E chegamos na montanha, subimos um pouco nela, bom que tem umas trilhas já prontas, né? Lá de cima, contemplando aquela paisagem maravilhosa, sentamos numa pedra e ela encostou a cabeça no meu ombro. Aquilo me deu coragem para falar abertamente dos meus sentimentos e quando acabei, ela me abraçou e me beijou. Falou que sentia a mesma coisa por mim mas que achava que não era recíproco, porque eu nunca falara ou tentara algo.

- Perdeu tempo, amigo...
- Percebi isso, perdi muito tempo! Mas ai, cara, só nós dois lá na caverna, muitos beijos, amassos, tirei a camiseta dela, porque eu era louco pra ver os peitinhos, que coisa mais linda! E ela sentiu meu pau a cutucando, riu e falou que queria ver. Mostrei e ela pegou, acariciou, e me deu uma chupada que me fez tremer nas bases...

- Só que aí... tivemos de parar, porque chegou uma turma de gente por lá e, pelo visto, chegaram pra ficar. Então resolvemos cair fora. E foi aí que me lembrei da pousada que você falou, perguntei se ela topava ir pra lá, ela topou, fomos, felizmente tinha quarto vazio, ficamos até no domingo à tarde. E aí rolou bonito, viu? 

Quanto tempo perdido, meu amor!
- Ela perdeu a timidez e foi tirando minha roupa e a dela. E falou que tinha sido interrompida num momento muito importante, e precisava retomar. Sacou, né? Ela tinha parado quando chupava meu pau, então voltou a chupar...

- E aí transamos de tudo quanto é jeito. Imagina, ficamos na pousada das 14 horas de sábado às 16 de domingo. Sem brincadeira, Kaplan, foram oito! E agora estamos namorando. E se der futuro, você vai ser o padrinho! Não admitiremos recusas. Olha ela aí, olha a carinha alegre dela!

Ela chegava, de fato, sorridente. Me abraçou, aquele abraço gostoso de gente que é muito amiga ou quer agradecer alguma coisa.

- A partir de hoje vou te chamar de Kupido, com K, e não mais de Kaplan... Agradecimentos eternos, viu? Nunca esqueceremos isso!

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