segunda-feira, 2 de julho de 2018

A cachoeira do prazer


Impossível descrever todos os prazeres!

(escrito por Kaplan)

Se havia algo de muito bom no tempo em que fiz faculdade foi visitar as cachoeiras que existiam nas redondezas. Cada qual mais bonita do que a outra, me permitiram tirar belas fotos, num tempo em que eu ainda não era fotógrafo profissional. 

Lugares encantadores... paraíso do prazer! (foto: Kaplan)

E o melhor uso que dávamos a elas: transas mil! Iamos sempre que havia folga nos estudos, nas férias, e aproveitamos bem. Sem medo, sem pudor. Todo mundo nu e as transas aconteciam naturalmente. Éramos colegas de escola e de sexo. Ninguém era de ninguém e todos eram de todos.
Amor livre, anos 70, época que não volta mais... quem viveu, viveu. Quem não viveu, não tem ideia do que perdeu!

Algumas vezes em que estive lá, acompanhado de uma ou de um grupo... rolava de tudo!
Fui lá uma vez com Cidinha, caloura que conheci numa das festas na república. Nos demos bem, e resolvi mostrar o que tinha por lá. Ainda com um pouco de pudor, ela foi de biquíni, apesar de eu ter avisado que não precisava. Mas, na certa, ela achou que poderia ter mais alguém por lá... enfim, foi de biquini e mal chegamos, deslumbrada com o que via, e observando que não havia ninguém por perto, ela se despiu com naturalidade e começou a nadar no lago produzido pela queda d’água. Era lindo vê-la, rindo, feliz com a descoberta! 

Nadar nua... que gostoso! (foto:Kaplan)
Nadamos muito, ela encantada... e eu mais ainda, com o belo corpo dela...
Depois de nadarmos, nos sentamos numa pedra e ficamos nos conhecendo melhor. Ela tinha mais três irmãos, era a única mulher da família. E por isso, para convencer o pai a estudar fora, foi um custo, mas ela finalmente conseguiu, não sem antes prometer que iria ter juízo... brinquei com ela na hora:

- E está tendo juízo?
- Nenhum, nenhum, nenhum... aliás até preciso ter um pouco, estou estudando quase nada, e preciso mostrar resultado, se não meu pai me tira daqui.
- Mas você vai começar a ter depois que a gente voltar, né?
- Bem me falaram que os veteranos são terríveis...
- Também já fui calouro... os papeis se invertem rapidamente... em breve você não será mais caloura...
- Bem, se é pra perder o juízo, que tal começarmos?

Gostei, era decidida a Cidinha. 

Adoro calouras que sabem o que querem...
Abracei-a, nos beijamos e transamos ali mesmo, em cima da pedra. Não tinha perigo, eu já conhecia a pedra de outras idas por lá...
E não é que depois que voltamos, ela resolveu ter juízo? Não voltou mais à cachoeira, parou de ir nas festinhas. Virou aquilo que chamávamos na época, uma CDF...

Outra vez eu levei uma amiga que já transava com ela fazia tempo. A Lucy.
Mas ela sempre ia nas cachoeiras.
E eu não iria perder a chance de levá-la...
Então fomos e lá ficamos boa parte do dia, transando, conversando, nadando, bebendo.  Mas na hora de começarmos a segunda trepada, ainda dentro da água... eis que chegaram alguns colegas. O jeito foi rir... 

Eles estão vendo, mas também estão trepando...
E como eles foram com o mesmo objetivo nosso, logo estavam trepando também, então pudemos ter a nossa segunda com tranquilidade. Isso era uma das boas coisas da época. Ninguém perturbava ninguém quando se estava num lance desses. 

Ninguém olhava, cada um cuidava de si.
As trepadas aconteciam com regularidade, mas não era só pra isso que a gente aparecia por lá. Afinal, numa faculdade que não tinha espaço para recreação, não tinha piscina... onde poderíamos fazer nossas “aulas de educação física”? Nos riachos, nos lagos, nas cachoeiras...

Ali se fazia educação física e anatômica, estudando-se bastante cada detalhe dos corpos humanos de ambos os sexos... Tá vendo? Cachoeira também é cultura!

E a gente nadava, conversava, bebia, comia. Era algo delicioso de se fazer! 

Sozinhos ou em grupo...vamos trepar!
O bom de ir em grupo era que, se alguém bebia demais e corria o risco de um acidente, havia muitas pessoas que podiam ajudar a resolver o problema. Voltar com arranhões era comum, havia pedras e a gente dava umas escorregadas e acabava se machucando um pouco. Nada sério, aliás, nos quatro anos que fiquei lá, nunca ouvi falar de um acidente sequer.

Outra vez fui lá sozinho com a Maria das Graças. Era a despedida dela, estava se formando e quis se despedir da cachoeira.

Ficou um tempo enorme dentro da água, encostada numa pedra, olhando para o sol que teimava em aparecer entre as árvores, jogando seus raios sobre nós. 

Odeio ter de ir embora... (foto: Kaplan)

Depois ela saiu da água, me abraçou. Vi que ela tinha chorado. Quando eu me formei eu entendi a razão daquele choro. Era triste ter de abandonar aquela vida maravilhosa que a gente levava ali. 

Conviver com a natureza e, de repente, sair com um diploma e a obrigação de virar “gente”, arrumar emprego, viver nas cidades grandes, longe das delícias que curtimos durante quatro anos.

Claro que depois de uns beijos e amassos, a gente transou, foi legal, mas com aquele gosto de despedida.

A turma mais chegada combinou de, quando estivéssemos perto da formatura, ir todo mundo lá na cachoeira e tirar uma foto, para guardarmos de lembrança de tudo que vivemos lá. 
 
Uma despedida e tanto... o quarto homem era eu... que estava fotografando!

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