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(escrito por
Kaplan)
Paris sempre foi um dos nossos destinos exteriores preferidos. E de quem
não é? A cidade respira amor, sensualidade, sexo, em cada esquina, em cada
museu, em cada bairro. Não é a toa que grandes amores começaram e também
terminaram na capital francesa.
Meg e eu estivemos lá seis ou sete vezes. Conhecemos pessoas pelas quais
nos apaixonamos e que também se apaixonaram por nós. Alguns chegaram a vir ao
Brasil e tivemos o maior prazer – literalmente – em recebê-los, assim como eles
nos recebiam por lá.
O mais bacana é a gente caminhar pelas ruas, em territórios onde
geralmente os turistas não vão. E é ali que vemos a alma da cidade, a
sensualidade transbordando. Perto da Torre Eiffel há um jardim magnífico.
Passeando por lá, Meg pensou numa foto e voltamos no outro dia, com o vestido
que ela queria. Apesar de ter muita gente, ela fez uma pose sensualíssima, teve
turista que aproveitou e fotografou também. Fazer o que?
Numa dessas vielas, vimos, uma noite, uma prostituta linda, praticamente
nua, mal coberta por uma veste de rede. Ela tinha os lábios vermelhos, seus
cabelos eram ruivos e ela andava apenas com uma rosa nas mãos. Meg ficou
enlouquecida quando a viu e me falou que no dia seguinte iríamos comprar uma
“roupa” daquela que ela queria que eu a fotografasse em poses sensuais.
Tivemos que apelar para o dono do hotel em que estávamos, um brasileiro
casado com um francês, eram sócios no empreendimento. Ele foi muito gentil, nos
deu o endereço de onde poderíamos comprar a tal roupa e ofereceu o quarto andar
do hotel, que estava vazio. Poderíamos fazer as fotos lá. Tudo caminhava às mil
maravilhas.
Conseguimos comprar o tal “vestido de rede”, Meg experimentou e ficou
ótimo, atraiu até a atenção da vendedora. Ah! As parisienses! Adoráveis! Na ida
para o hotel, compramos algumas rosas. Lá chegando, Meg fez o que geralmente
não fazia: uma maquiagem forte, os lábios num tom vermelhão, cílios pintados,
estava bem parecido com a garota que tínhamos visto.
E aí fomos para o quarto andar, o nosso amigo dono do hotel, eu e ela,
subindo as escadas do segundo andar até lá. E acabou que uma senhora nos viu,
olhou espantada a principio e depois sorriu. Ficamos no quarto andar, realmente
vazio e comecei a fazer as fotos.

Aceitamos e depois que
terminamos a sessão de fotos ali, nos sentamos com ela para saber dos detalhes.
Ela sugeriu que alugássemos roupas antigas, porque a casa era toda
mobiliada com moveis antigos. Perto da Torre havia quem poderia quebrar nosso galho
e conseguimos um vestido “de nobreza” para a Meg usar no dia seguinte. Além
disso, um espartilho, um culotte e um corpete, chapéus... os trajes eram lindos
de morrer.

Passamos para o quarto, onde ela se desfez do vestido e usou, primeiro,
o cullote com o corpete. A senhora autorizou que ela ficasse na cama do casal,
daquelas camas antigas, pesadas, de madeira maciça, toda trabalhada... um luxo
só!

Ali no quarto mesmo ela tirou o cullote e o corpete e usou o espartilho,
que a senhora ajudou a vestir. Que coisa complicada era aquilo! Como as
mulheres podiam gostar de usar uma peça daquelas?
Depois que elas conseguiram colocá-lo, bati mais um punhado de fotos.
Meg já estava cansada, eu tinha batido 5 filmes de 36 poses cada um, o
que dava quase 200 fotos. Eu também estava cansado. Ela tirou as roupas que
havíamos alugado, e desceu nua pelas escadas até o segundo andar, onde
estávamos hospedados. A senhora foi conosco, rindo muito da espontaneidade da Meg.
Agradecemos muito a gentileza dela. Há pessoas que dizem ser os
franceses um povo mal-educado. Nunca conheci um ou uma que fosse. Pelo
contrário, todos que conhecemos e também aqueles a quem perguntávamos algo nas
ruas, sempre foram extremamente gentis. A gentileza dessa senhora foi algo
espantoso. E nós agradecemos e até compramos um presente para ela, que
entregamos no dia em que íamos embora. Ela ficou emocionada e pediu para
mandarmos algumas fotos que ela queria guardar de lembrança. Mandei todas, ela
ficou muito feliz!
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