segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

A vizinha do roupão branco

(escrito por Kaplan) -


Este relato poderia ter outro título, algo como “Homens idiotas desprezam suas mulheres”.

Pode parecer estranho começar um conto erótico dessa forma, mas vocês irão entender à medida em que lerem. Trata-se de uma situação verídica, que vivenciei pessoalmente, não vieram me contar. Foi vivida por mim e por uma vizinha, a quem aprendi a respeitar e a gostar, mesmo nunca estando com ela.

Comecemos pelo princípio, sempre é o melhor caminho.

Nessa vida de cidade grande, a privacidade das pessoas desaparece. Os edifícios de apartamentos e mesmo os de escritórios são tão próximos, que mesmo não querendo a gente vê o que se passa com outras pessoas no seu dia a dia. Claro que às vezes isso é bem agradável. Já vi muitas garotas distraídas se trocando e me presenteando com seus belos corpos, outras não eram distraídas, se exibiam de propósito...

Mas essa mulher, minha vizinha, eu a vi a primeira vez quando me levantei às 6 horas e fui fazer o café. A janela da minha cozinha dá de frente para a da cozinha do apartamento dela, no edifício vizinho, o que significa que estávamos a uns 10 metros de distância apenas. Ao abrir a torneira para colocar a água na vasilha, fui atraído pela luz que acendia lá e a vi, vestida com um pijama, também começando a preparar o café da manhã da família. A família é constituída por ela, o marido e um filho de uns 10 anos, que tinha aulas de manhã. Ele ia para a escola com o pai, e a mãe ainda ficava em casa até umas 8 horas, quando também saia para o trabalho.

Essa rotina eu pude observar durante muitos dias. Às 6, ela levantava e ia, de pijama, para a cozinha, começar a preparar o café da manhã. Apagava a luz, sumia de minha vista e às 6:15 retornava, de banho tomado, cabelos molhados e um imaculadamente branco roupão.

Logo em seguida o filho e o marido chegavam para tomar o café. O marido era um brutamontes, esses caras bem machões, que educam pessimamente os filhos porque tentam fazer com que eles se pareçam, e os meninos acabam perdendo o respeito pela mãe, por irmãs (quando as tem) e pelas mulheres de um modo geral. Da fresta da minha janela eu observava o tratamento grosseiro que ele dava à esposa, na frente do filho.

Ela se limitava a baixar a cabeça. Nunca vi ela responder a nada do que ele falava. Mas muitas vezes a vi chorar assim que eles saiam. Ele sequer se despedia dela. Nem um abraço, nem um beijo. Fiquei imaginando como ele deveria ser na cama...

De tanto ver aquele desrespeito, acabei me envolvendo. Não conseguia me agüentar vendo aquilo, então, um dia, quando os dois saíram, eu abri mais a janela e ela me viu. Olhei fixamente para ela. Ela saiu da cozinha e não a vi mais naquele dia.

Na manhã seguinte, ela prestou atenção na fresta que eu utilizava para vê-la. Ficou me olhando, balançou a cabeça, e depois foi dar atenção aos dois homens da vida dela. Quando eles saíram, voltei a abrir mais a janela. E dessa vez ela não saiu. Ficou me olhando fixamente também, como se quisesse me pedir socorro ou me falar algo. Mas foi um silêncio mudo que marcou essa manhã.
A cena voltou a se repetir, dia após dia, semana após semana. Em uma das manhãs fiz-lhe sinal de que queria telefonar para ela. Mostrei o celular e com gestos, pedi o numero dela. Ela sinalizou que não.

Insisti no dia seguinte. Ela voltou a não concordar. Sentou-se numa cadeira o que me permitiu vê-la por inteiro e não apenas da cintura para cima como era o usual. Olhando-me fixamente, mandou-me um beijo com a mão. Retribui.

No dia seguinte, ela repetiu a cena, mandou-me o beijo e quando retribui, ela abriu o roupão.


Abriu-o todo, me deixando ver seus seios, um pouco caídos, mas ainda de rara beleza. Alvos, muito alvos. Vi também sua barriguinha e mais abaixo, um triângulo de pelos bem negros. Como se arrependesse, ela fechou o roupão e saiu. Isso foi numa sexta-feira. Sábado e domingo a rotina era diferente, claro.

Na segunda feira, e nos dias que se seguiram, ela continuou a me brindar com a exibição de seu corpo. Parecia que encontrara uma forma silenciosa de me agradecer pela presença ali, toda manhã. Talvez pensasse que eu seria a sua tábua de salvação, não sei se era válido pensar isso. Nunca a vi dar um sorriso, sua vida devia ser um inferno com aquele brontossauro.

Na quinta-feira, retribui a ela a visão que ela me proporcionava, deixando que ela visse eu batendo uma punheta para ela. Ela se excitou vendo e sua mão foi até sua xotinha e ela se masturbou também. Ficou vermelha e saiu correndo.

Na sexta ela apenas me mandou o beijo, sem abrir o roupão. Será que havia ficado com vergonha do que acontecera? Fiz sinal de que iria esperar ela sair às 8 horas, na porta do edifício. Apavorada, ela fez sinal para eu não fazer isso. Senti tanto medo na expressão dela que atendi. Não fui lá. Fiquei pensando se o porteiro do prédio não seria um cúmplice do marido para noticiar possíveis falhas que ele observasse no comportamento dela.

Bem, amigos, é isso. Uma triste história de uma mulher infeliz que encontrou num vizinho, no caso eu, um solitário apoio. E que retribuiu me exibindo o que tinha de mais íntimo, a sua nudez. Foram quase 3 meses. Uma manhã, quando cheguei à janela, vi que havia pessoas de uma transportadora empacotando tudo. Pelo visto o apartamento era alugado e eles se mudaram. Não sei para onde.

Mas em minha memória ficou para sempre a minha vizinha do roupão branco.

Nenhum comentário:

Postar um comentário