Permitam-me, amigas e amigos leitores, organizar esta nova semana temática, para recordar bons momentos em que Meg esteve conosco, nos deliciando com suas histórias.
Foram mais de 200 contos aqui publicados e não
vou repeti-los, claro. Mas irei, nesta semana temática, relembrar momentos que
me parecem extraordinários.
Eu era um jovem, recém egresso de uma
faculdade em que conclui o curso de Geologia. Mas, definitivamente, aquela não
era minha vocação. Nem pensei em procurar algum emprego nessa área, queria algo
diferente e resolvi ser fotógrafo.
As dúvidas surgiram: que equipamento comprar,
onde poderia fazer um curso relativamente rápido, como poderia aprender a
revelar e copiar os filmes... (lembro que nos anos 70, quando isso acontecia,
não havia máquinas e nem revelações digitais)
Pensei bem, e a primeira coisa a fazer seria o
curso.
Procurei indicações e fui parar no Studio de um grande fotógrafo, chamado Arnaldo. Praticamente tudo que sei foi graças a ele. Que me deu, de cara, um aviso: não adiantaria nada eu ter a máquina mais sofisticada do mundo, o importante sempre seria o meu olhar. Com máquinas sofisticadas eu poderia fazer merda, se não soubesse a importância da luz, se não soubesse como enquadrar os temas e as pessoas fotografadas. Sabendo isso e mesmo tendo uma máquina de menor qualidade, eu poderia fazer grandes fotos.
Mas, é claro, eu precisava de uma máquina boa e adquiri uma, com teleobjetiva, que até recentemente me proporcionou excelentes fotos. E me garantiu bons trabalhos, razão de minha sobrevivência.
A conselho dele, andei fazendo viagens pelo
interior.
- Vá, saia desse ambiente urbano, procure
cidades pequenas, paisagens verdejantes, pessoas com outra qualidade de vida.
Fotografe tudo, vai gastar muitos filmes até se tornar um bom fotógrafo. Traga
os filmes, a gente revela aqui e vou te fazendo as críticas.
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Até parece um grande fotografo! |
E assim fizemos. Foram várias viagens perto da capital e algumas um pouco mais longe. Entrei em estradas de terra,fotografei casas de camponeses, quando voltava à capital procurei pessoas nas praças e parques.
Abaixo uns exemplos:
Tudo feito nos conformes. Até que numa ida ao interior, numa pequena cidade, eu vi uma pessoa que me chamou muito a atenção. Ela estava andando de bicicleta e depois parou. Usava um boné, que a deixava mais linda ainda. Não resisti, tive de me aproximar, me apresentar e foi assim que fiquei conhecendo a Meg.
Batemos um longo papo e, para minha sorte, ela simpatizou comigo de cara. Gostou dos equipamentos que eu levava e comentou que um dos sonhos dela era ser modelo, posar para ver seu retrato na capa das grandes revistas.
Falei que não era tão fácil assim não, mas que
eu poderia ajudá-la, caso ela quisesse mesmo.
- Moço, você tá indo embora hoje?
- Pensava em ir, mas posso ficar mais um dia.
- Então vamos encontrar aqui mesmo amanhã
cedo, pode? Vou trazer roupas e você bate um filme inteiro pra mim. Fica caro?
- Fica não, é de graça!
- Fala assim não que ai eu vou querer dois
filmes!
Além de tudo ela era divertida!
Então fizemos como ela sugerira. Ela veio de
bicicleta, com uma mochila e lá dentro tinha saia, blusa, short, camiseta.
Legal, bati várias fotos, como essas duas:
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Depois ela procurou um lugar mais tampado,
tirou essas roupas e colocou uma camiseta e um shortinho. Que bundinha mais
linda!
Ai, sugeri a ela que fosse tirando a camiseta.
- Pra que?
- Se você virar modelo, vai ter de tirar é
tudo...
- É?
- É.
- Puxa vida, não tinha pensado nisso. Acho que
vou desistir da carreira.
- Você é quem sabe. Se quiser treinar ficar
nua na frente de um fotógrafo, podemos tentar agora.
- Vamos ver...
E ela conseguiu. Primeiro tirou a camiseta,
depois o short e a calcinha. Ficou nua, mas apesar de eu ter visto tudo, ela
preferiu tampar a xotinha.
- Moço, acho que fiquei louca. Mal te conheci
e fiquei pelada na sua frente, por favor, não pense mal de mim.
- Fica tranquila. Mas vamos embora porque
tenho de viajar. Semana que vem trago as fotos para você ver e mostrar pro seu
pessoal.
- Pelo amor de Deus! Separa, não deixa eles
verem essas peladas não.
- Claro, elas virão num envelope que te darei
sem que eles vejam, eles só verão as bem comportadas!
Assim foi feito.
Familia grande, muito simpática.
Voltei na outra semana e pedi a ela pra ser
minha namorada.
Ela aceitou, os pais não criaram caso (naquela
época era assim).
Mas não deu pra sair por ai e fazer mais
fotos,como eu queria... namorar, só dentro de casa.
Depois de alguns meses, resolvi oficializar o
pedido de casamento.
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