Vocês nem imaginam o que descobri
(escrito por Kaplan)
Bem, como
essa história é totalmente verídica, não vou colocar os nomes das personagens.
Só as iniciais. Ela é a D. Ele é F.
Foi o
seguinte:
Depois
daquelas bagunças generalizadas dos planos econômicos do Sarney, do Collor,
ficou inviável manter o meu Studio fotográfico. O aluguel subiu de forma
astronômica. Fechei, portanto, com grande pesar; e fiquei às voltas com mil
coisas para arquivar.
Então
aluguei uma sala menor, para onde levei o computador, as dezenas de caixas com
os negativos das fotos feitas por mim e pela Meg, e também alguns equipamentos,
que me permitiriam transformar a sala em um mini Studio, caso alguém ainda
precisasse de meus serviços.
Mas tive
de arrumar um emprego fixo. Consegui.
O tempo
para organizar as fotos daquelas caixas, ficou reduzido. Tive de contratar uma
pessoa para fazer isso. Aí entra em cena a D.
Moça
jovem, recém formada na universidade e sem emprego, aceitou numa boa. Expliquei
o que eu queria.
Ela
deveria pegar, em cada caixa, os envelopes com os negativos. Nomes dos clientes
e data já existiam. O trabalho dela seria colocar tudo em sequência de datas,
além de separar os assuntos: casamentos, 15 anos, empresariais, moda, e
pessoais.
Fiquei
tranquilo ao final do primeiro dia, quando passei lá para conferir. Ela tinha
feito tudo certo. Ótimo. Fiquei tranquilo.
Depois de
alguns meses, comecei a notar que havia algo diferente. Eu via hoje, por
exemplo, que ela estava trabalhando a caixa de casamentos. Amanhã, quando eu
passava lá, a caixa estava exatamente igual. Ela não mexera na caixa! E nem
havia outras abertas... o que ela andava fazendo?
Perguntei
se ela tinha ido, se estava tudo bem, ela assentiu. Desconfiei que era mentira.
E imaginei um meio de saber.
Como ela tinha
acesso ao computador, eu instalei um daqueles programas que registram tudo que
se faz no dia: conversas, imagens, além, é claro, das anotações na planilha.
E vi que
ela conversava muito com o F. Quem seria? Fui examinando o teor da conversa e
vi algumas coisas bem interessantes. Creio que era um namorado.
Parecia
que a conversa já vinha de longa data.
Observem:
F. – Oi
amor, manda mais aquelas fotos das gatas que tem aí...
D. – Posso
não, meu bem. Se o patrão descobre, to na rua e não posso perder este emprego.
F. – E que
dia vc vai pedir a ele pra te fotografar igual essas gatas... peladinha?
D. – Só
porque te falei outro dia que eu adoraria ter posado pra ele não quer dizer que
vou pedir isso. Sei lá se ele vai gostar...
F. – Claro
que vai... quem não gostaria de ver vc pelada?
D. – Ah,
vc tá muito chato hoje. Tchau!
Após essa
conversa, o que ela digitou foram as coisas do trabalho mesmo. Mas fiquei
sabendo de algo preocupante... ela mandava fotos de clientes nuas para ele ver?
No dia
seguinte, lá estava o tal do F. pedindo fotos dela.
D. – Já te
falei que não pedi isso a ele. Que coisa!
F. – Cê tá
me enrolando não, né?
D. – Não,
querido... para de ficar pedindo. Você me vê pelada sempre que a gente
transa... pra que quer fotos? Vai mostrar pros seus amigos, é? Termino com
vc na hora, safado!
F. – Hoje
quem tá chata é vc... tchau.
Fiquei
pensando o que ela já teria enviado... AH... se ela foi descuidada, não apagou
o histórico...
Fui ver.
De fato, ela mandara uma foto da Meg, uma minha, e duas de clientes. Todo mundo
nu. Vejam: Meg na praia e eu na cozinha.
As duas amigas:
Não teve
jeito. Tive de chamá-la às falas. Ela chorou, pediu desculpas, mas falei que
tinha perdido a confiança nela. Acertaria no dia seguinte.
Ela foi
embora.
No dia
seguinte, um sábado, ela apareceu e perguntou se não tinha jeito mesmo de
continuar. Prometia que nada daquilo iria se repetir. Não aceitei as desculpas,
paguei o que devia e falei que se ela quisesse, tiraria fotos dela.
Ela
aceitou e pude satisfazer a vontade dela.
Até que
ela levava jeito...
Mas
confiança a gente perde e é quase impossível voltar atrás, não é mesmo?









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