segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Os divinos segredos de Meg


Tudo que eu sempre quis saber e não soube
(escrito por Kaplan)        

Eu já coloquei à disposição de vocês, leitoras e leitores, várias páginas do caderno em que Meg registrou um punhado de coisas que lhe aconteceram, a maior parte delas, inclusive, que eu não soube na época.
Mas creio que fiz errado. Deveria ter postado, primeiro, aquilo que ela escreveu em primeiro lugar. Fui pegando aqui e ali e não dei a devida atenção às primeiras páginas.
Vou fazer isso agora. Transcrevo as primeiras páginas, que são recordações da vida dela até me conhecer e casar comigo.

Quando a gente está de cama, enferma, querendo ou não nos recordamos de nossa vida. Diversos episódios, bons ou maus, surgem em nossa mente. E achei legal essa ideia que tive, de registrar neste caderno tudo o que lembrei. Talvez alguém leia um dia e ache legal também.

Nasci em 1952, numa pequena cidade do interior de Minas. Cidade realmente pequena, mas foi ali que passei minha vida até os 18 anos, quando me casei.
Tive uma infância normal para aquela época. Família numerosa, eu fui a penúltima de seis irmãs, só a Teresa que nasceu depois de mim. Acho que, por isso, tive mais liberdade. Minha mãe já cuidara de quatro, devia estar cansada e fiquei bem à vontade. Minhas irmãs é que me olhavam, mais do que ela. 

Se essas árvores falassem... (foto: Kaplan)
Nossa casa, como quase todas da rua onde morávamos, tinha um quintal gigantesco, cheio de árvores frutíferas, galinheiro. As mangueiras, se falassem, teriam muita coisa a contar... quantas vezes subi lá, sem calcinha, para alegria de meus primos e vizinhos! Eles me pediam, eu topava, isso com 5, 6 anos. Não havia pecado, era simplesmente brincadeira.

Na casa de um dos primos, o quintal era gigantesco mesmo, o maior de todos. Ele acabava num riacho de águas límpidas, e foi lá que aprendi a nadar, aliás, todos nós aprendemos a nadar ali, por conta própria, ninguém ensinava. Hoje fico pensando como éramos irresponsáveis... algum de nós podia ter morrido por lá. Claro que os tios proibiam a gente de ir lá, mas nós sempre achávamos um jeito de escapulir da vigilância e íamos. 

Como não levávamos maiôs, nem os meninos levavam calções de banho... a gente tirava as roupas todas e nadava pelados. Depois que saíamos da água, ficávamos deitados na grama até que nossos corpos ficassem bem secos, nos vestíamos e pulávamos a cerca para o quintal ou da minha casa ou da casa de um primo, que eram vizinhos, para ninguém desconfiar que estávamos vindo do riacho. 

Se esse riacho falasse.... (foto: Kaplan)
Foi nesse clima de amizade que começamos a entender um pouco de sexualidade, coisa que ninguém falava, era tabu. Mas aos nos vermos pelados, vinha a curiosidade e as brincadeiras de médico permitiam que nos tocássemos. Eu adorava pegar nos pintinhos dos meus primos e eles gostavam muito de pegar em minha bunda, que era a maior de todas. Ao todo éramos uns sete ou oito, tenho certeza de que eram quatro meninas, contando comigo.
Aos 7 anos começávamos a frequentar o grupo escolar. Era o curso Primário. 

Então, as brincadeiras de médico e a natação no riacho ficavam comprometidas. Nas férias, a gente descontava!
E assim o tempo foi passando, nossos corpos foram se modificando. Uma das primas parou de brincar com a gente, disse que estava ficando com vergonha dos peitinhos que cresciam. Não entendi porque ela ficava envergonhada. Meus seios também já apareciam e eu não ligava quando os meninos pediam pra ver e os “médicos” tocavam. Tudo era brincadeira, e eu sempre exigia reciprocidade, ou seja, eles tinham de me mostrar seus pintinhos que cresciam e começavam a ficar com pelinhos em volta.

Adolescentes, continuamos brincando muito. E aproveitando as brincadeiras à noite para começarem os primeiros beijos e amassos. Brincávamos de pegador, um se escondia e os outros tentavam encontrá-lo. Como a escuridão era grande, logo as duplas começavam a procurar um local bom para começarem a se beijar e dar uns amassos. Eu não perdia uma brincadeira dessas!

Já estávamos no Ginásio e quando chegamos aos 15,16 anos, começamos o curso Científico, que era o único que existia na cidade. Eram três anos, eu entrei com 15 e terminei com 17.

Comecei a namorar um colega da escola, já com os corpos bem definidos e os hormônios supitando. Mas havia o tabu da virgindade e eu não deixava ele enfiar o pinto em mim. A gente fazia muita coisa, aprendi a chupar o pau dele, ele me chupava também, mas transar, nem pensar!

Quando terminamos o Científico... não havia faculdade na nossa cidade. Era a hora de definições sérias. Os rapazes, geralmente saíam da cidade e iam morar na capital ou em outra cidade maior, onde pudessem fazer uma faculdade. E as garotas, como eu, geralmente ficavam na cidade, esperando um noivo aparecer, casar, ter filhos... como nossas mães! 

Esse foi o cara... (acervo Kaplan)
Foi aí que, um dia, andando pela rua, me deparei com um rapaz que nunca vira. Tinha uma máquina fotográfica na mão, era barbudo, cabeludo. Me viu e me perguntou o que havia de interessante na cidade para fotografar.

Falei com ele que tinha a igreja, a escola, que era um prédio bem bonito, e as fazendas em volta. Ele me perguntou se poderia ir com ele para mostrar os lugares que mencionei. Falei que sim e o levei primeiro à igreja, que estava bem perto. E aí começamos a conversar. Ele se chamava Kaplan, nome que achei horrível num primeiro momento. E me contou parte da vida dele. Tinha estudado em uma faculdade de uma cidade do interior, estudara Geologia, formara e percebera que não tinha vocação nenhuma para tal. Gostava era de fotografar e fez um curso com um professor na capital, chamado Arnaldo.
E estava ali exatamente para treinar. 

Uma das primeiras fotos que tirei dela... (foto: Kaplan)
Achei fascinante a história dele. Conversamos muito, levei-o a algumas estradinhas de terra que conduziam a fazendas, tinha porteiras, ele achou “um barato”, como ele me disse. E acabou que tirou umas fotos minhas. Era a primeira vez que eu me deixava fotografar assim, sem a família...
No final do dia ele falou que voltaria para me dar as fotos que iria revelar.

Confesso que fiquei muito emocionada, mas achei que ele não voltaria. Devia ser papo de gente da cidade grande.
Mas ele voltou. Adorei as fotos que ele tirou. E ele disse que queria tirar mais. Então fomos, de novo nas estradinhas, e aí suei frio quando ele me perguntou se eu poderia mostrar os seios para as fotos. Não sei o que deu em mim, concordei. Depois é que pensei que provavelmente levaria uma surra de vara de marmelo de meu pai, se ele viesse a saber. 

Acho que fiquei louca... mostrei pra ele...
Mas quando o Kaplan retornou, em outro dia, com as fotos, ele só deixou minhas irmãs e meus pais verem as que podiam ser vistas... as outras ele disse que me mostraria, mas levaria de volta, porque não queria causar problemas pra mim.

E na terceira vez que ele veio à minha cidade... me pediu pra namorar. Senti que meu rosto ficava vermelho, balbuciei qualquer coisa que ele entendeu ser um sim. E daí em diante, todo fim de semana ele vinha me ver. Namoro à antiga, dentro de casa, com as irmãs do lado...
E casamos. Coisa simples, nunca fui de luxos, nem ele.

Fui morar na capital, ele tinha alugado uma casinha linda, num lote em que ela ficava ao fundo e na frente tinha um gramado e um jardim que ficaram sendo minha paixão. Cuidava de tudo com carinho. E, aos poucos, ele foi me contando as aventuras sexuais dele na época da faculdade. E me falava que os tempos estavam mudando, os hippies tinham surgido falando de vida natural, paz e amor. Acabou que tivemos uns dois anos de vida hippie com algumas pessoas que ficamos conhecendo. Eu adorava as roupas. Saias indianas, blusas de algodão que o pessoal chamava de “camisa do vovô”, colares... tudo lindo. 


... muita paz e muito amor...
Nosso tempo de hippies...














E foi vivendo nessa união que acabei abrindo minha cabeça para entender que mesmo sendo casada, eu poderia ter relações com outras pessoas. Kaplan me ajudou muito nisso, afinal, eu tinha uma cabeça ainda meio bitolada pela educação severa que eu tivera.

Pretendo registrar aqui muitas das minhas aventuras, a maioria das quais não falei com o Kaplan. Geralmente a gente comentava tudo, mas alguns segredos eu mantive e só agora revelo.

Foi assim que ela começou, e, de fato, as páginas seguintes trazem dezenas de casos que ficaram guardados em segredo. E que estou conhecendo aos poucos e trazendo para vocês, leitoras e leitores.


Nenhum comentário:

Postar um comentário