Impossível
descrever todos os prazeres!
(escrito
por Kaplan)
Se havia algo de muito bom no tempo em que fiz
faculdade foi visitar as cachoeiras que existiam nas redondezas. Cada qual mais
bonita do que a outra, me permitiram tirar belas fotos, num tempo em que eu
ainda não era fotógrafo profissional.
Lugares encantadores... paraíso do prazer! (foto: Kaplan) |
E o melhor uso que dávamos a elas: transas mil! Iamos
sempre que havia folga nos estudos, nas férias, e aproveitamos bem. Sem medo,
sem pudor. Todo mundo nu e as transas aconteciam naturalmente. Éramos colegas
de escola e de sexo. Ninguém era de ninguém e todos eram de todos.
Amor livre, anos 70, época que não volta mais... quem
viveu, viveu. Quem não viveu, não tem ideia do que perdeu!
Algumas vezes em que estive lá, acompanhado de uma ou
de um grupo... rolava de tudo!
Fui lá uma vez com Cidinha, caloura que conheci numa
das festas na república. Nos demos bem, e resolvi mostrar o que tinha por lá.
Ainda com um pouco de pudor, ela foi de biquíni, apesar de eu ter avisado que
não precisava. Mas, na certa, ela achou que poderia ter mais alguém por lá...
enfim, foi de biquini e mal chegamos, deslumbrada com o que via, e observando
que não havia ninguém por perto, ela se despiu com naturalidade e começou a
nadar no lago produzido pela queda d’água. Era lindo vê-la, rindo, feliz com a
descoberta!
Nadar nua... que gostoso! (foto:Kaplan) |
Nadamos muito, ela encantada... e eu mais ainda, com o
belo corpo dela...
Depois de nadarmos, nos sentamos numa pedra e ficamos
nos conhecendo melhor. Ela tinha mais três irmãos, era a única mulher da
família. E por isso, para convencer o pai a estudar fora, foi um custo, mas ela
finalmente conseguiu, não sem antes prometer que iria ter juízo... brinquei com
ela na hora:
- E está tendo juízo?
- Nenhum, nenhum, nenhum... aliás até preciso ter um
pouco, estou estudando quase nada, e preciso mostrar resultado, se não meu pai
me tira daqui.
- Mas você vai começar a ter depois que a gente
voltar, né?
- Bem me falaram que os veteranos são terríveis...
- Também já fui calouro... os papeis se invertem
rapidamente... em breve você não será mais caloura...
- Bem, se é pra perder o juízo, que tal começarmos?
Gostei, era decidida a Cidinha.
Adoro calouras que sabem o que querem... |
Abracei-a, nos beijamos e transamos ali mesmo, em cima
da pedra. Não tinha perigo, eu já conhecia a pedra de outras idas por lá...
E não é que depois que voltamos, ela resolveu ter
juízo? Não voltou mais à cachoeira, parou de ir nas festinhas. Virou aquilo que
chamávamos na época, uma CDF...
Outra vez eu levei uma amiga que já transava com ela
fazia tempo. A Lucy.
Mas ela sempre ia nas cachoeiras.
E eu não iria perder a chance de levá-la...
Então fomos e lá ficamos boa parte do dia, transando,
conversando, nadando, bebendo. Mas na
hora de começarmos a segunda trepada, ainda dentro da água... eis que chegaram
alguns colegas. O jeito foi rir...
Eles estão vendo, mas também estão trepando... |
E como eles foram com o mesmo objetivo nosso, logo
estavam trepando também, então pudemos ter a nossa segunda com tranquilidade.
Isso era uma das boas coisas da época. Ninguém perturbava ninguém quando se
estava num lance desses.
Ninguém olhava, cada um cuidava de si.
As trepadas aconteciam com regularidade, mas não era
só pra isso que a gente aparecia por lá. Afinal, numa faculdade que não tinha
espaço para recreação, não tinha piscina... onde poderíamos fazer nossas “aulas
de educação física”? Nos riachos, nos lagos, nas cachoeiras...
Ali se fazia educação física e anatômica, estudando-se
bastante cada detalhe dos corpos humanos de ambos os sexos... Tá vendo?
Cachoeira também é cultura!
E a gente nadava, conversava, bebia, comia. Era algo
delicioso de se fazer!
Sozinhos ou em grupo...vamos trepar! |
O bom de ir em grupo era que, se alguém bebia demais e
corria o risco de um acidente, havia muitas pessoas que podiam ajudar a
resolver o problema. Voltar com arranhões era comum, havia pedras e a gente
dava umas escorregadas e acabava se machucando um pouco. Nada sério, aliás, nos
quatro anos que fiquei lá, nunca ouvi falar de um acidente sequer.
Outra vez fui lá sozinho com a Maria das Graças. Era a
despedida dela, estava se formando e quis se despedir da cachoeira.
Ficou um tempo enorme dentro da água, encostada numa
pedra, olhando para o sol que teimava em aparecer entre as árvores, jogando
seus raios sobre nós.
Odeio ter de ir embora... (foto: Kaplan) |
Depois ela saiu da água, me abraçou. Vi que ela tinha
chorado. Quando eu me formei eu entendi a razão daquele choro. Era triste ter
de abandonar aquela vida maravilhosa que a gente levava ali.
Conviver com a
natureza e, de repente, sair com um diploma e a obrigação de virar “gente”,
arrumar emprego, viver nas cidades grandes, longe das delícias que curtimos
durante quatro anos.
Claro que depois de uns beijos e amassos, a gente
transou, foi legal, mas com aquele gosto de despedida.
A turma mais chegada combinou de, quando estivéssemos
perto da formatura, ir todo mundo lá na cachoeira e tirar uma foto, para
guardarmos de lembrança de tudo que vivemos lá.
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