segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

De cupido e de louco, todos nós temos um pouco!

 Até eu, imaginem!

(escrito por Kaplan)

 

Existem momentos na vida da gente em que, sem ter planejado nada, acabamos nos tornando uma espécie de cupidos. Sim, Cupido, o deus do amor dos gregos antigos, aquele que acertava suas flechas em duas pessoas, fazendo com que o amor surgisse entre elas. 

 




 

 

Estou falando isso porque, sem querer, acabei me tornando um cupido para um amigo meu, o Renan. Solteiro, mas pensando em casamento, ele se aventurou a comprar um lote num desses condomínios que existem nas cercanias da capital. E achou que poderia levantar uma bela casa para abrigar a noiva que ainda não tinha, mas iria ter, afinal ele era um cara bonito, tinha um trabalho que lhe rendia uma boa soma ao final do mês, era bastante sociável e conhecia várias garotas com as quais poderia, talvez, iniciar um namoro e quem sabe dali não sairia um belo casamento, com filhos que poderiam correr no gramado, nadar na piscina... tudo isso ele sonhava. 

Entre o sonho e a realidade, algo se interpunha: precisava de um arquiteto e de um engenheiro para construir a casa que desejava. 

E foi assim que ele, numa conversa de botequim, me perguntou se eu teria as pessoas certas para ajudá-lo a transformar seu sonho em realidade. Falou com a pessoa certa, pois eu conhecia tanto um arquiteto quanto uma engenheira civil. 

Apresentei-o, o arquiteto não demorou muito a apresentar um projeto que ele aprovou e aí entrou, então, o momento em que Carla, a engenheira civil que eu conhecia, iria fazer os cálculos necessários para levantar a edificação. 

Dessa maneira, tão logo os cálculos ficaram prontos, ela providenciou um mestre de obras e alguns pedreiros seus conhecidos e a casa começou a ser erguida. 





Excelente profissional, Carla acompanhava semanalmente as obras. Não houve atraso, ela sabia que os profissionais que indicara eram sérios e competentes. Nos seis meses em que eles trabalharam, ela e o Renan se encontraram várias vezes, discutindo detalhes, escolhendo os materiais para o piso, pensando nos armários.  

E foi assim que Renan começou a olhar a engenheira com outros olhos. Reparou nos belos olhos, na boca sensual. Na educação, na simplicidade, no interesse dela, parecia que estava construindo a sua própria casa, e não a dele. 

Com a casa pronta, ele a convidou para a inauguração. Chamou alguns amigos, eu inclusive, e ficamos todos admirados da beleza da casa e do quintal, e do jardim. Tudo perfeito, ele não se cansava de receber elogios e apresentar a Carla como a grande responsável pela bela obra.  

Bem, a comemoração terminou, todos foram saindo, eu fiquei até o fim, porque ia dar carona à Carla . Então, em um momento, ficamos só nos três, todos já tinham saído. 

- Carla, eu não tenho como te agradecer. Você foi realmente de uma excepcional competência. Vou te indicar para muitos amigos, não vai faltar trabalho pra você! 

 




 

E aí aconteceu a flechada do cupido.  Ele me deu um abraço, agradecendo pela indicação e em seguida foi abraçá-la... e beijou-a! Ela levou um susto, não esperava por aquilo. Ficou vermelha, meio envergonhada, então a puxei pelo braço, entramos no carro e voltamos para a cidade, deixando o Renan feliz da vida. 

Ela me perguntou o que tinha sido aquilo. 

- Ele estava tonto, não é? Fiquei assustada, nunca tive um agradecimento como esse! 

- Pode ser que estivesse meio alto. Mas foi sincero, ele me confessou outro dia que estava gostando mais da mulher Carla do que da engenheira. E olhe que ele só tinha elogios pra engenheira. 

- Ele se apaixonou por mim? 

- Acho que sim, aliás, tenho certeza. Você tem algo contra? 

- Não... quer dizer, sei lá. Foi tão inesperado, preciso colocar minha cabeça no lugar. 

Deixei-a em casa e telefonei pro Renan.  

- Olha, você a deixou impressionada. Se está realmente interessado, demonstre isso, mande flores, bombons, sei lá, mostre que deseja conhecê-la melhor! 

 

E foi assim que tudo aconteceu. 




Flores foram enviadas, e ela se divertiu jogando-as em seu corpo nu. Cinemas foram frequentados, beijos foram dados... e eles estão vivendo felizes como em todas as histórias de amor, na casa que eles construíram.  

 

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