quinta-feira, 4 de setembro de 2025

Uma entrevista bombástica! (parte 1)

 

(escrito por Kaplan)

 

Sim amigos, esta entrevista deu o que falar. Acho até que impediram a revista de continuar publicando.

Foi em 1888 que um grupo de mulheres criou a revista “Femina” e para o segundo número, uma repórter veio até nossa casa para entrevistar a Meg.

Infelizmente, o exemplar da revista com a entrevista sumiu daqui. Não consegui encontrar, o que seria mais fácil para reproduzir a extensa entrevista. Por sorte, ela foi gravada em fita K7 e eu ainda tinha, por isso pude reproduzir. Tarefa difícil...  



A fita já estava bem gasta e houve momentos em que não consegui ouvir corretamente o que estava sendo dito, mas acredito que a maior parte está aqui para deleite de vocês!

 


A moça que veio fazer a entrevista foi logo colocando o que pretendia:

- Olha, Meg, já tivemos muitas referências de você e o que a revista quer é que você se abra para as nossas leitoras, contando sua vida toda, desde a infância!

- Nossa... tudo bem, mas é pra falar de tudo mesmo?

- Claro!

- Está bem, então pode começar a perguntar.



- Sua infância. Sei que você vivia no interior durante a infância e adolescência. Me conte tudo, não me esconda nada.

(risos)

- Sim, eu sou de uma família com 5 mulheres. Meus pais tiveram as três primeiras e depois de 5 anos eu vim ao mundo e no ano seguinte a caçula nasceu. Pela diferença de idade, eu convivia muito mais com a caçula do que com as mais velhas. Mas havia paz na família.

Como nosso pai ficava o dia todo fora de casa, trabalhando, nós não tínhamos qualquer problema em ficar sem roupa ou só de calcinha dentro de casa.

Só tínhamos cuidado de deixar a porta da sala trancada, porque havia, na vizinhança muitos amigos e primos que poderiam nos surpreender peladas. Eu e a caçula não dávamos a mínima bola pra isso. Mas as mais velhas eram cheias de pudores e quando acontecia, tratavam de se vestir ou colocar toalhas, panos, travesseiros... para que nada fosse visto. 



- Que diferente, Meg...

- A gente achava tudo normal. Enfim...

- E esses primos e vizinhos? Você brincava muito com eles?

- Sim, a gente vivia brincando, principalmente nas férias escolares, que eram muito maiores que as de hoje. Julho inteiro, dezembro e janeiro também. E dependendo do carnaval, boa parte de fevereiro.

A gente brincava nos quintais das casas, enormes, pareciam uma chácara ou sitio.

Tinha balanços, muitas árvores, e a gente vivia inventando coisas pra fazer.

Hoje eu vejo que os meninos já eram muito safados. Eles viviam pedindo pra eu e a caçula subirmos nas árvores, mas sem calcinhas.

- Não brinca (risos e mais risos)

- Verdade, e a gente fazia isso, sem maldade nenhuma. 


Outras brincadeiras, mas só dos meninos... jogar bola sendo que eles usavam os nomes dos jogadores da seleção... então tinha o Garrincha, o Pelé, o Gilmar e tantos outros...

Imitar a vida adulta também aparecia no Brincar de professora. Aí éramos nós que atuávamos, porque só tínhamos professoras...

Aí a gente fazia arguições pros meninos, se eles acertassem ganhavam um beijo, se errassem tinham de usar um chapéu escrito BURRO!

A gente ria até não poder mais...

- Que diferença das brincadeiras de hoje...

- É verdade. A gente era feliz, sabia? Ah... mas deixa eu te contar... e quando resolvemos que podíamos brincar de médico e enfermeira?

- Já estou até imaginando...

- Nada, era inocente também, mas sabíamos que não era coisa pros adultos saberem. Ninguém nos falou isso, mas a gente deduzia.

Porque nos lembrávamos de nossas consultas e sabíamos o que fazer. E ainda, de quebra, escutávamos as irmãs mais velhas comentarem em segredo, só que a gente escutava. Uma vez escutei que minha irmã, a mais velha de todas, dizia pras outras que a médica mandou ela deitar nua numa cadeira. 


Hoje eu sei que era uma ginecologista, mas na época era simplesmente “médica”.

E começamos a tratar dos meninos... peladinhos!

Você pode imaginar que quando a gente pegava neles, os pintinhos ficavam durinhos e morríamos de rir... eles ficavam com vergonha!

A minha irmã, que era a enfermeira, passava um pano em volta dos pintinhos, ela quase caía no chão de tanto rir!

- Bem, isso foi sua infância. E a adolescência? Naquela cidade mesmo?

- Sim, eu fiquei lá até terminar o curso Normal e logo depois eu casei e mudei.

- Curso Normal era o preparatório para ser professora, né?

- Sim.

- E aí, vocês com 14,15 anos aprontavam muito?

- Aí era o terror dos pais... Eles já tinham passado aperto com as três mais velhas e agora era a vez das duas “garotinhas”. Justo as mais endiabradas.

As mais velhas ficavam irritadas porque tinham de nos acompanhar nas festinhas. Uma delas, inclusive, “sumiu” um dia e descobrimos que ela estava aos beijos e amassos com o namorado, bem escondidos... 


Aí ela não podia nos dedurar porque a gente iria dedurar ela também! (risos)

Foi realmente a época em que as brincadeiras ficaram para trás, mas substituídas por outras.

Tipo: um dos primos, o pai dele tinha uma fazenda. E lá tinha um córrego.

Pois a gente, quando ia lá, os pais confiantes que nada de ruim iria acontecer, e de fato, só coisas boas é que aconteciam! (risos)

Lembro de um dia em que eu e a caçula tínhamos ido  e o primo nos levou ao tal córrego. Falou que a gente podia nadar. Era bem tranquilo.

Mas não tínhamos levado maiô.

Ele falou que sempre nadava pelado.

Então, tiramos as roupas e fomos nadar peladas com ele. 




A caçula não quis entrar muito e eu, mesmo com um pouco de medo, dei a mão pra ele e fomos mais adiante. Sem que minha irmã visse, trocamos uns beijos... os primeiros beijos sérios que dei! E é claro que vi o pinto dele, já bem maior do que eu tinha visto alguns anos antes, ficar durinho também. Achei melhor voltarmos  pra perto da caçula.

Tivemos de ficar um bom tempo para secar nossos corpos e voltarmos pra casa.

É o que eu me lembro mais.

Terminei o curso, não tinha a menor vontade de ser professora e fiquei sem saber o que fazer. Foi aí que o meu marido apareceu e tudo mudou na minha vida.

- Conta pra nós.

- Ele tinha acabado de fazer faculdade mas não tinha vontade de exercer a profissão, que nem lembro qual era. Dedicou-se à fotografia e apareceu na minha cidade procurando coisas interessantes. Eu o vi, cheguei perto e perguntei o que ele estava fazendo. 




Mas agora eu estou ficando cansada. Vamos tomar um lanche e amanhã continuamos, pode ser?

- Claro, estarei de volta no mesmo bat-horário!

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